Eu sabia que a viagem estaria perto do fim, mas somos vasos ruins e não entregamos os pontos. Atravessamos para o Camarões e pegamos a pior estrada da rota toda: 22km de trilha pela floresta tropical que nos custaram 5 horas. Depois mais 200km de puro, puro barro!! Temos excelentes filmes sobre isso. Moemos o que dava dos motores e dos equipamentos e estávamos um caco. Dois dias depois chegamos a uma cidade com internet e fizemos uma consulta aos fóruns sobre os que estavam fazendo esta viagem. Descobrimos que todas as expedições de 2011 não deram certo. Era um ano fatídico. Chuvas excessivas, estradas impraticáveis, eleição em Camarões e Angola. Angola decretou que ninguém entra até que o próximo presidente assuma no dia 25/11 (eles esperam uma grande revolução a qualquer momento) e a República Democrática do Congo só emite visto de trânsito caso você tenha o de entrada em Angola. Tudo isso fez com que o pequeno e seleto grupo de aproximadamente 10 pessoas que tentam esta viagem por ano tenham dado cabo às suas expedições. Para nós, isso tinha se somado a uma moto com motor fundido.


Foi muito, muito duro, mas tivemos que falar, fica para uma próxima. O sonho de cape town não ocorrerá este ano, assim como não ocorreu para ninguém pela costa oeste.
Estamos tranquilos e felizes com nossa decisão. Desde o início definimos que não seria por nossa culpa que esta viagem seria interrompida, e assim foi, uma conjunção de problemas mecânicos e políticos nos impediram. Quando decidimos isso começamos a procurar nossa saída dali, algo não tão simples. Vendemos as motos no estado em que estavam por 20% a menos do que pagamos na Europa e colocamos a elite do Camarões em duas rodas.


foi uma sequência de ônibus e aviões. Saibam que demorei 6 dias desde o memento que decidi sair para chegar no conforto da minha casa no Brasil, sempre pegando o próximo ônibus e o proximo vôo.
Aos amigos que acompanharam esses poucos relatos, muito obrigado, um forte abraço e saibam que um dia… talvez a gente volte…
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