Durante a manhã fizemos um passeio pelos ventos de Punta e estivemos no Duty Free buscando reforço nas roupas de frio. Estava tudo muito caro. Lá conversamos com outros motociclistas que também sobreviveram à travessia na madrugada e após o almoço, partimos em direção às Torres Del Paine.
Uma imensa massa de montanhas que pode ser informalmente dividida em duas partes. De um lado, “Los Cuernos” e seu incrível balé de formas e superfícies estratificadas. A nordeste, as famosas torres de granito que fazem a felicidade de escaladores de todo o mundo. Toda a cordilheira foi formada ao longo das últimas eras glaciais, esculpindo uma cadeia de picos independente dos Andes.
O caminho em direção a Torres del Paine teve ventos intensos, porém mais tranquilo que na véspera. Puerto Natales seria parte do caminho. Vimos diversos ciclistas tentando superar os ventos, alguns fora da estrada e notávamos que seu esforço era bem maior que o nosso.
Após um tempo, nuvens negras se aproximaram. Por sorte, encontramos pequena lanchonete à beira da estrada (são raríssimas na região), onde tomamos um café para reforçar. Logo, retornamos à estrada e a chuva chegou forte. Com vento e frio, chegamos a Puerto Natales próximo das 17 horas e o combustível estava na reserva. Paramos em um posto de gasolina e as luvas estavam molhadas e congeladas. Os dedos estavam duros, água dentro das botas, sensação horrorosa. Pensaram em parar para almoçar, porém como havia um trecho longo de rípio, decidimos seguir viagem.
Alexandre me emprestou as luvas da Carla impermeáveis, pois ela decidiu ir na van. No trecho inicial, a estrada era maravilhosa e mesmo com a chuva conseguíamos desenvolver bem. Minhas mãos estavam mais aquecidas e logo chegamos à entrada do Parque Torres del Paine. Após rodar um bom trecho, paramos numa estrada de rípio e fomos informados que aquele trecho seria mais longo. Deveríamos retornar pelos próximos 20 km até a entrada correta. A grande dificuldade dessa região é que não existem placas indicativas, nem para o Parque nem para os hotéis.
Encontramos duas entradas e perguntamos a uma van de turismo que nos ensinou o caminho correto. Rodamos por pelo menos mais uns 50 km alternando rípio e trechos de asfalto até que chegamos ao nosso hotel. Chuva, rípio, incerteza a respeito do local e a hora avançada, já passava das 20 horas, fizeram com que esse trecho fosse muito estressante.
Ficamos hospedados no maravilhoso Hotel Serrano situado no parque Torres del Paine bem ao lado das famosas torres, maravilhosamente localizado e com estrutura espetacular. Lá, fizemos a melhor refeição da viagem, buffet com variedade impressionante de frutos do mar originários do Pacífico (polvos, paella, centolla, mariscos, camarões), carnes variadas, sobremesas e todos os quartos com vista magnífica.
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