Dia 4 – Bahia Lapataia

A Ruta Nacional 3 é uma rodovia argentina, que percorre o país de norte a sul, desde a província de Buenos Aires até a província da Terra do Fogo. Ela inicia na Ruta Provincial 4, e percorre 3.074 km até a ponte sobre o Rio Lapataia, a 11 km de Ushuaia, onde fica o Parque Nacional “Tierra del Fuego”, o mais Austral do continente, com 63 mil hectares. O Parque foi criado em 1960 para proteger restos arqueológicos yámanas, espécies de animais e vegetação da região, com montanhas, vales congelados, lagos e costa marítima intocada.

O acesso ao parque é feito por estrada ou pelo “Tren del Fin del Mundo”, de bitola estreita que corre nos trilhos, antigo “Trem dos Condenados”, que levava os presos até a floresta para trabalhar.

Optamos ir de moto e as paisagens são belíssimas. Entre as paisagens, temos represas com milhares de tocos de árvores derrubadas proveniente da ação de castores. Eles foram trazidos do Canadá com o objetivo de desenvolver uma indústria de peles na região, porém devido ao clima, a qualidade da pele não ficou boa e a ela não vingou. Os castores foram soltos e como não têm predadores naturais, existem milhares hoje. Eles formam diques nos rios e, com isso, as árvores apodrecem.

Passamos ainda pela estação do Trem do Fim do Mundo para tomar um café e lá observamos um vazamento de óleo no retentor da bengala direita da moto. O trecho de passagem pelo rípio aliado ao peso da moto, deixaram sua marca. O Carlos informou que já tinha acontecido com ele na região também e desde que não afetasse a pilotagem, poderíamos seguir sem susto.

Chegamos com fome no retorno a Ushuaia e tínhamos indicações de nosso amigo Bart para comer no Volver, restaurante característico onde experimentaríamos a famosa “Centolla” ou “King Crab”, local decorado com muitas relíquias. Porém uma lembrança, na Argentina pratica-se o horário da “Siesta”, onde a partir das 15 horas, todo o comércio fecha. Caminhamos quase toda a costa (local onde ficam a maioria dos restaurantes) e só conseguimos achar o restaurante “Kenos Restô” numa rua transversal, que apelidamos de “Oquenosrestou”. Pedi uma “Centolla ao ajito” e veio uma pequena tigela de sopa com poucos pedaços do referido crustáceo. Ao terminar tivemos que solicitar reforço na refeição e os preços estavam muito salgados, pois a conta para dois casais foi 3200 pesos argentinos, R$ 450,00 por casal. Como terminamos nosso almoço após as 18 horas, à noite optamos por saborear um “jamon crudo” acompanhado de um whisky no hotel.


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