Notícias da Guatemala

em

Salve Senhores! Escrevo de Guatemala, Capital da Guatemala. Depois de um merecido, mas breve descanso em Jaco, na Costa Rica (recomendo!), puxei 803 km até Tegucigalpa, Honduras. Ou seja, nesse dia, antes de ontem, cruzei metade do território costa-riquenho,
uns 300 km, mais todo o território nicaraguense, 380km, e mais 120 km ate a capital de Honduras. Foram 14 horas de jornada, sendo quatro em trâmites de fronteira. Tive que viajar à noite.

{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}

Após percorrer a chamada Costa Negra (a areia é escura), na Costa Rica, que é a carretera 34 a oeste do país, litoral do Pacífico, após Punta Arenas, retomei para a Panamericana e nela segui até o norte da Nicarágua. Depois de Esteli se deixa essa rodovia para seguir ao norte para Las Manos, fronteira. A partir dali a estrada é ruizinha pelo sul de Honduras. Pelo que entendi, a rota 1 Panamericana segue para El Salvador. Não era meu caminho. Então de Tegucigalpa segui pela Carretera Del Norte de Honduras, até San Pedro Sula, quando tem que tomar uma rota bem a oeste, Carretera de Occidente, até a fronteira em Copán Ruinas. Ali, quer dizer, um pouco depois, se ingressa na Guatemala.

Na Nicarágua, na altura de Manágua, há outros caminhos possíveis para o norte, até Honduras. Consultei os nativos, me recomendaram sempre a Rota 1, que me parecia o caminho mais longo. Mas a estrada é boa e rende bem. Já em Honduras a viagem não rende. Ontem fiz 700 km, mesmo tendo só uma fronteira para cruzar. Há trechos bons alternados com trechos ruins, mas a Carretera de Occidente é devagar, muitas curvas no final.

Sobre as fronteiras

Do Panamá para Costa Rica (Passo Canoas) foi até tranquilo, uma hora e meia entre sair do Panamá e entrar nesse país. Pela primeira vez surgiu a tal da Fumigacion, que é uma pulverização do veiculo por questões sanitárias. Paguei quatro dólares, e ainda bem que nem mencionaram de fazer o tal serviço. Só se tem que pagar. E na Costa Rica há um seguro obrigatório (19 dólares). Da Costa Rica para Nicarágua (Penas Blancas) é o pior. Fumigacion (3 dólares), não esqueça de pegar o papel da aduana logo numa guarita na entrada. Na imigração, paga-se um dólar não sei pra que, depois para o carimbo de entrada mais 12 dólares. Depois a novela da aduana. Preencher o tal papel, pedir a um policial que haga la revision de la moto (olham mais ou menos a bagagem), carimba-se daqui e dali) pagando-se um seguro obrigatório de 17 dólares e, finalmente, mais uma taxa de turista de 5 dólares. Da Nicarágua para Honduras, pasme, paga-se 1 dólar para sair e mais 4 dólares para carimbarem a saída no passaporte. Para ingressar em Honduras, já cansado, aceitei a ajuda de um miguelito. Ora resumir, paga-se mais uns 5 dólares na imigração, e mais 35 dólares na aduana, pela moto. Tudo isso sempre tirando cópias de muitas coisas. Finalmente, na Guatemala, é um pouco mais civilizado. Pra sair de Honduras é bem fácil, não se paga nada, e pra entrar na Guatemala é calmo, vazio, tranquilo, não tem os miguelitos enchendo o saco pra ajudar nos trâmites (parece um enxame de pernilongos), mas também se paga 1 dólar pra ingressar, mais uns 20 dólares pela moto.

Seguro obrigatório até aqui foi no Peru, no Equador, Costa Rica e Nicarágua.

Policiais corruptos no Panamá e na Nicarágua.

No Panamá viajando de Panamá City para a Costa Rica, tinha uns 800 km pra fazer. A estrada ao norte da cidade do Panamá tem trechos de quarenta, sessenta até 80 km/h. Claro que não dá pra respeitar. E pela primeira e única vez até agora tinha policiais (sempre em motos) com radar na mão. Percebi minha batata assando quando cruzei com o primeiro. Mas nada aconteceu. Aí teve mais um que me pegou. Nada aconteceu. Mas uma hora vi no sentido contrario uma moto da policia vindo, o cara olhou pra mim e passou um radio. Não tinha dúvida, uma hora vinha a conta. Quando o trecho duplicado acabou, a estrada não estava muito boa, fui parado. Resultado, 40 dólares a menos no meu bolso. Pelo menos o cara era bem simpático. Extorsão com simpatia. O trecho era de 60km/h e eu estava a 109. Então esse foi até aqui o único trecho de radar, e corresponde a pouco mais de 200 km do caminho ao norte de Panamá City. No mapa da corrupção viajera, ainda tem a saída ao norte da cidade de Manágua, Nicarágua. Numa rotunda para sair em direção a Tipitapa, fui parado a pretexto de que teria mudado de faixa, ou seja, entrei na rotunda pela faixa da direita, e sai pela faixa da esquerda. Não pode!! Na verdade, acho que o policial não gostou que eu ultrapassei um caminhão na rotunda pela direita e depois tomei a frente dele. Ouvi o policial, que queria que eu recolhesse a multa num banco e voltasse para pegar minha habilitação, que ficaria com ele. Como estava cansado e já irritado, dessa vez argumentei pra valer, em um espanhol quase impecável, ahahah. Estoy cansado, no tengo su dinero, tengo calor y hambre y sede e miles de km adelante hasta Honduras. Además, no passo nada, esta todo tranquilo y NO hay linea pintada en la via, no tengo como saber que estoy cambiando de carril y soy extranjero, no conosco su ley …………. Ele começou a desenhar em sua pranchega, primeiro 20 dólares, que ele próprio riscou pra 10. Eu só tinha 8 trocado. 8 quita, perguntei. OK, respondeu. Pegou o dinheiro com medo de ser visto e me fui rapidinho. Nos outros países a policia foi tranquila. Ontem viajei a noite e pra tentar evitar, andei bastante, muitas ultrapassagens, eles não falaram nada.

{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}

As estradas na Guatemala são regulares, no máximo. Tem uns trechos bem ruins, e principalmente chegando na capital há desmoronamentos enormes, muita obra, muito caminhão, e peguei chuva a noite. E é por isso que estou aqui agora parado, quer dizer, escrevendo, porque o cansaço foi grande, então não consegui chegar a Antigua, que era o objetivo. Perto de Chiquimula, um corpo na carretera, acho que foi atropelado. Pobre homem ficou bem avariado. Que seja bem recebido lá em cima. Isso dá uma abatida no moral. O trânsito na Guatemala estava terrível, e não há placas para Antigua. Daqui a pouco vou pra lá.

A maioria dos países da América Central aceitam Dólar. Aliás, essa viagem exige que se traga bastante Dolar en efectivo, sem dúvida nenhuma. É o que resolve. A moeda no Panamá é o Dólar E o Balboa (duas moedas). Um Balboa vale um dólar. Na Costa Rica o Colone, na Nicaragua, o Cordoba, em Honduras a Lempira (nome de um índio herói na resistência aos espanhóis) e na Guatemala o Quitzali (um pássaro). Muito câmbio, ainda não sei avaliar os custos nesses países, ainda mais que a gasolina se vende por galão.

Melhor país para se visitar até agora é sem duvida o Peru. Lá e incrível a cordillheira, a amazônia peruana, historia, cultura, comida, povo, muito bom mesmo. Depois e a Costa Rica. Países de pouco interesse, Panamá e Nicarágua, claro, um pouco o Equador. Honduras mais ou menos. O melhor mesmo é o Peru, ai perto de casa, depois das fotos que se tira por lá, nem tenho fotografado muito aqui (América Central). Não há muita coisa digna de nota. A menos que se viaje com bastante tempo, mesmo assim…

Os EUA são onipotentes na América Central, aliás, desde a Colômbia. No Panamá o interesse sobre o canal. Mas o que eu não sabia é que na Nicarágua tem o Lago de Nicarágua que é enorme, e dele sai o Rio San Juan, que liga com o Atlântico. Antes do canal do Panamá os americanos pensaram em fazer o canal ali, não só eles, mas até o Japão foi chamado para o projeto. Então os EUA marcaram sua presença ali por isso, e depois do canal no Panamá, continuaram presentes a fim de não deixar ninguém fazer outro canal ali. Depois tem a questão das drogas da Colômbia, que são 80 por cento da cocaína nos EUA, e teve a questão das várias guerrilhas de esquerda durante a guerra fria, quando os EUA financiavam milícias de direita para combatê-las. A Cia acho que morava aqui. Nisso tudo há personagens clássicos importantes, o Escobar na Colômbia, Noriega no Panamá, os sandinistas na Nicarágua, daquele caso que acho que se chamou de Ira-contras. Os EUA vendiam armas superfaturadas para o Ira, e com essa grana financiavam grupos contra revolução, ou seja, contra os sandinistas (esquerda) na Nicarágua. Bem, são as Repúblicas das Bananas, e aqui de fato se produz muito.

Um abraço, pessoal, obrigado pela companhia. Mandem noticias.

{gallery}0712/condor/1508{/gallery}


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *