Viagem de moto até Machu Picchu – Peru

Viagem para Machu Picchu com moto alugada em Cuzco

Viagem de moto até Machu Picchu – Peru

Vou passar para vocês algumas dicas para quem gostaria de fazer uma viagem de moto no Peru, incluindo Machu Picchu, mas não tem tempo suficiente para os deslocamentos de ida e volta para aquele país. O que eu indico? Alugar uma moto lá.
A seguir, um roteiro que eu recomendo.

O bom da moto é que você faz o Valle Sagrado e Machu Picchu, tudo no seu tempo e sem guia chato perturbando. Um roteiro barato de quatro dias que você pode fazer tranquilamente:

1º dia

  • alugue a moto;
  • coloque gasolina num posto que fica na subida de Saqsayhuaman (estrada que leva ao Valle Sagrado);
  • conheça as ruínas de Pisac;
  • conheça as ruínas de Ollantaytambo;
  • pernoitar em Ollantaytambo. Procure um hotel que fica na parte de cima da cidade. Esse hotel fica na entrada da cidade, numa esquina. Fácil de achar, tem dois andares e fica ao lado de uma garagem. Nesse hotel você pode entrar com a moto. Custa 30 soles uma suíte. Pode chorar pra 25 se quiser.

2º dia

  • abasteça a moto em Ollantaytambo (muito importante);
  • siga a estrada de asfalto até Alfamayo;
  • Santa Maria;
  • Santa Teresa;
  • abastecer a moto em Santa Teresa (é só perguntar onde vende gasolina);
  • Hidrelétrica – faça uma caminhada por 3 horas;
  • Águas Calientes;
  • pernoitar em Águas Calientes. Não aceite ficar em qualquer hotel em Águas Calientes. Procure bastante e pague uns 25 soles numa suíte.

3º dia

  • sair bem cedo pra Machu Picchu;
  • não perder a hora do trem que volta pra Hidrelétrica;
  • abastecer a moto novamente em Santa Teresa;
  • voltar a Ollantaytambo;
  • pernoitar em Ollantaytambo.

4º dia

  • abastecer a moto em Ollantaytambo;
  • subir pra Hilloc;
  • Patacancha;
  • sair de Ollantaytambo no máximo às 13 horas;
  • pegar a estrada via Chinchero e se precisar, abastecer no caminho, lembrando de não colocar gasolina demais, pois não precisa entregar a moto com gasolina.

Roteiro-de-moto-machu-picchu

Aluguel da Moto:

Agencia da Pâmela, em Cuzco – Se for uma Tornado, pede pra ela te cobrar US$ 25 *. US$ 35 * na Falcon (os valores hoje são US$ 35 e US$ 45, respectivamente). Já fui com as duas e a Tornado aguenta numa boa. Com esse valor, você pode pedir equipamento completo pra duas pessoas: casaco corta-vento, luvas, capacete, impermeável, calça (não aceite, é um saco usar ou carregar). O valor também inclui os itens: kit com bomba, câmaras, cabos de freio e embreagem e algumas ferramentas.

Machu-Picchu

Dicas Importantes:

O Valle Sagrado acaba em Ollantaytambo. Dali em diante é a estrada para Abra Málaga, uma subida até chegar a 4300 metros. Lá em cima é muito foda. Vários picos nevados e um frio da @$%#¨no inverno. Essa estrada é asfaltada até Alfamayo (micro povoado à beira da estrada). Dali em diante é terra, mas em boas condições.

{loadmodule mod_custom,Anúncios Google Artigos}

Em Santa Maria, você vai ter que pegar um caminho bem a esquerda (por trás de um restaurante). Pare pra perguntar, senão vai seguir na estrada principal até Quillabamba (longe pra caramba).

Você vai descer até Santa Teresa. De la pra hidrelética e da hidrelétrica você sobe andando pelos trilhos até chegar a Machu Picchu. O caminho dos trilhos é bem legal e seguro. É quase plano também. 3 horas de subida até Águas Calientes.

Leve lanterna, pois se chegar na hidrelétrica à noite, vai precisar dela pra subir.

Machu-Picchu

Quando você alugar a moto, a Pâmela vai te dar um óleo pra passar na cadena (corrente) da moto. Se não passar todo dia pela manhã, pode estourar. Lá é muito seco e frio. Tem que fazer isso !!

A Pâmela vai falar pra você deixa a moto na casa da Júlia que é tia dela e mora em Santa Teresa. O problema é que se você deixar a moto lá, vai ser uma merda pra chegar na hidrelétrica, que fica a 30 minutos de Santa Tereza. 

Vai com a moto e pára ela num barzinho que fica 50 metros antes do posto policial da entrada da estação de trem da hidro. Além de ter polícia ali direto, o cara do bar é super tranquilo e dorme no local. Todo mundo deixa lá numa boa. Dá uns 15 soles de gorjeta pra ele = 5 dólares (quando chegar, não na volta). Ele não pede, mas consideração se paga com consideração.

Não caia na da velha nem na da Pâmela, pois elas vêm com besteiras dizendo que é perigoso deixar a moto lá. Tudo isso pra você ter que dormir na casa da tia dela e pagar uma grana pra velha. Quem alugou a moto foi você e você decide o que fazer, não elas.

Em 2007 a velha vez uma grosseria dizendo que a moto era da Pâmela e eu não poderia ir pra hidro. Saiu batendo pé enquanto eu trocava a câmara furada num borracheiro. Quando ela voltou, já estava pronta. Subi na moto, mandei ela pra PQP e fui embora.

Outra parada é não dar mole com gasolina. Qualquer cidadezinha maior que passar, bota mais um pouco, pois quando tem tremor de terra, a estrada fecha e você pode ter que voltar ou mudar de caminho.

Valle de Lares – Um Espetáculo à Parte. Valle de Lares é bem em cima da montanha. Um lugar muito bonito e frio. De lá partem as caminhadas até Hilloc e Patacancha. O problema é que Vale de Lares é bem longe do Valle Sagrado.

A subida é por Calca e demora de 5 a 7 horas pra chegar no topo. Do topo, você pode continuar o caminho até chegar em Quillabamba (muito longe) e de lá você vai pra Santa Maria, Santa Tereza, Hidrelétrica, Águas Calientes e no fim, Machu Picchu.

O grau de dificuldade depende muito de que caminho você vai querer ir.

Em 2007, devido bloqueios e deslizamentos de terra nos outros caminhos, eu fui por Ocobamba. Peguei neve, tempestade de gelo, abismos de mais de 1000 metros, passei por dentro de rios com água até a metade da moto, pontes de madeira amarradas por corda somente (balança pra baralho) e da largura de uma pessoa a pé. Uma merda de caminho, e ainda encontrei um grupo de narcotraficantes junto com o Sendero Luminoso em Apurímac. 

Um horror !!! Tinha hora que eu sentava no chão chorava e continuava o caminho. E olha que me amarro em aventura e detesto caminho fácil. Não aconselho a ninguém que não seja suicida.
Em 2008, fiz o caminho mais fácil, que é por Abra Málaga (o que está no roteiro acima) e é bem tranquilo e muito bonito.

Esse caminho por Lares é bem difícil, pois são estradas desertas de terra, cascalho, pedras, rios e penhascos sem fim. Bem perigoso pra quem tem pouca habilidade em pilotar moto em terra.

Na imagem tem como ver os três caminhos:

Roteiro-de-moto-machu-picchu

  • Por Lares, passando por Quebrada Honda, Quillabamba e depois indo pra Santa Maria, que fica entre Maranura e Huayopata.
  • Por Hilloc ou Willoc (depende se é escrito em espanhol ou quechua), Patacancha, Ocobamba, Quillabamba.
  • Por Abra Málaga. É o único fácil e quase todo em asfalto. O da esquerda. passando por Huayopata e entrando direto em Santa Maria, que é bem próximo de Santa Teresa e da Hidrelétrica. O único perigo é num pedaço de trecho entre Santa Teresa e a Hidrelétrica. Um penhasco pequeno, com muita pedra e terra. O perigo são algumas vans e carros que vem correndo na curva. Tem que buzinar bastante pra não te jogarem lá em baixo. Não é brincadeira. Aconteceu comigo em 2008. Por pouco o viado do taxi não me deu uma porrada.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *